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O maior mandamento é amar a Deus (Mateus 22:36-37). Mas a aparência deste amor pode nos chocar, como chocou Simão em Lucas 7:36-50.

Ele teve o Santo de Israel (Isaías 54:5) em sua casa, se debruçando sobre sua mesa. O Profeta que Moisés tinha predito (Deuteronômio 18:15) estava compartilhando o jantar com ele. O Senhor da glória, a Ressurreição e a Vida (Jo 11:25), estava a falar com ele, cara a cara. O grande momento do clímax da história, ele estava vivendo pois havia chegado o momento. Deve ter sido um delírio maravilhoso e uma honra de tirar o fôlego para Simão ter sido anfitrião do Messias.

Mas Simão não ficou surpreso. Quando ele olhou para Jesus, tudo o que ele viu foi um Nazareno empoeirado, cujas afirmações podem ser interpretadas como delirantes.

E os pés de Jesus ainda estavam sujos. Oferecer aos hóspedes a oportunidade de lavar os pés tinha se tornado um costume pofundamente arraigado na cultura dos povos do Oriente durante milhares de anos. Não oferecer tal cortezia era desonrar o convidado. Não é provável que Simão tinha simplesmente se esquecido de tal costume.

Mas, Jesus não mostrou nenhum sinal de ofensa. E com a refeição na mesa, comentários gentils foram trocados. E algumas perguntas educadas foram feitas.

De repente, todos os olhos voltados para Jesus ficaram cheios de preocupação e confusão, com foco na direção de seus pés. Jesus olhou de volta para eles.

Uma mulher que estava em pé perto dele, e claramente não fazia parte do agregado familiar. Ela estava olhando intensamente para ele, segurando um pequeno frasco em suas mãos. Ela começou a chorar e caiu de joelhos. E enquanto as lágrimas fluíam, ela inclinou-se e deixou suas lágrimas cair nos pés sujos de Jesus e as enxugou com os cabelos, incluindo a sujeira.



Então ela beijou os pés de Jesus.
Suspiros e murmúrios foram ouvidos ao redor da mesa. Esta mulher tinha uma reputação conhecida por todos os convidados locais. Era impróprio até para falar abertamente sobre o que lhe tinha dado esta reputação. Ela foi simplesmente chamada de "pecadora". Todo mundo sabia qual era o conteúdo desta palavra.
Então, todos ficaram mortificados, por seu contato claramente inadequado, e até íntimo. Exceto, aparentemente, Jesus. Ele não parecia chocado. E ele não fez nada para impedi-la.
Um servo alarmado foi em sua direção, mas Simão acenou para ele. Este foi um momento revelador.
Enquanto Simão observava a mulher derramar óleo perfumado de seu frasco nos pés de Jesus,  ele sentiu tanto desprezo, como prazer. Sua avaliação de Jesus estava sendo vingada diante de seus olhos. Nada fala mais eloquente da falsidade desse profeta do que o sua impressionante falta de discernimento em relação a esta mulher imoral. Nenhum homem santo a teria poluir-lo com seu toque. Ele começou a ensaiar o que iria denunciar ao Conselho.
"Simão, tenho uma coisa para te dizer." As palavras de Jesus chamara a atenção de Simão novamente. "Diga, mestre", respondeu ele.



Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.” Lucas 7:40-47


Um silêncio de choque pairava no ar.
E então, com uma doce autoridade Jesus falou à mulher: “Os teus pecados estão perdoados. Sua fé te salvou; vá em paz ".
Como fariseu, Simão tinha a reputação de um homem de Deus. Ele tinha educação teológica significativa, tinha memorizado extensas porções da Escritura, exercido rigorosa auto-disciplina, orou religiosamente, e dizimou meticulosamente. Fazia todas as coisas que os homens admiram.
A reputação da mulher era desprezível. Sua quebra da lei de Deus era de conhecimento público. Ninguém confundiu-a com uma serva de Deus. Embora os homens a desejassem, ninguém a admirava.
No entanto, na frente de todos os convidados do jantar Jesus declarou que a mulher devassa realmente amava muito a Deus, enquanto o fariseu ritualmente limpo amava pouco a Deus. Por quê? Simplesmente porque a mulher acreditava que ela precisava desesperadamente do perdão que Jesus oferece em seu evangelho, enquanto Simão não.
"Aquele a quem pouco é perdoado pouco ama." Esta pequena frase revela uma verdade gigantesca para nós: vamos amar a Deus na medida em que reconhecemos a grandeza dos nossos pecados e da imensidão da graça de Deus para perdoá-los.
É isso que Jesus está procurando. Este é o tipo de adoradores que o Pai procura (João 4:23).
Porque a verdadeira essência da adoração é um amor apaixonado por Deus, e não os feitos moralistas de auto-disciplina. Para os pecadores como nós, o combustível para o amor a Deus é uma profunda realização, nas palavras do ex-escravo que virou comerciante-pastor, John Newton, "que eu sou um grande pecador, e que Cristo é um grande Salvador".

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